Messy is cool! Estética Camden Girl celebra a autenticidade e rebeldia de garotas alternativas
Com o declínio das estéticas clean, Moss e Winehouse são (não tão) novas inspirações das fashionistas
Em março deste ano, a British Vogue anunciou que a estética Camden Girl, assim chamou a colunista Alice Newbold, estaria de volta. Muito disso está relacionado com a nova cine biografia de Amy Winehouse, que infelizmente não agradou nem os fãs, nem a crítica — o que não vem ao caso. Mas também com as recentes rupturas com as estéticas que deu o tom dos últimos nos (a vanilla, coquette e clean girl).
A estética combinando elementos de diferentes subculturas e se inspira na cena alternativa do bairro favorito de Amy Winehouse, o Camden Town em Londres. A garota Camden, portanto, ousa nos penteados, frequentemente com cortes assimétricos ou messy. Para a maquiagem, o drama reina: olhos esfumados em preto ou delineados marcantes e para os lábios cores escuras ou vermelhos vibrantes.
Seu guarda-roupa é cheio de roupas em couro, tule, tartã, flanela e meias renda, além de camisetas de bandas e muitos acessórios. Nos pés coturnos — preferencialmente Dr. Martens para quem pode pagar. Peças de brechó e Upcicling dão um chame especial. Itens facilmente encontrados pelas ruas do Camden Market, um dos mais famosos mercados populares da capital britânica.
Essa estética não é nova e nunca desapareceu. Mas com alguns de seus maiores ícones fora de cena e, principalmente, ascendência dos visuais clean, perdeu sua popularidade. Agora, cansadas do rostinho de boneca e cores pastéis, as fashionistas do TikTok (re)descobriram Kate Moss e Amy Winehouse, entregando-se à maquiagem borrada e a expressão de quem “don’t give a fuck”.
Foi com essa atitude que a Camden Girl original construiu um legado não só na música como na moda. Nascida no norte de Londres — onde fica o famoso bairro — Amy se tornou um ícone com seu penteado extravagante, delineado marcado e fusão do estilo rockabilly com peças modernas. Adepta das sapatilhas — para muitos um item polêmico, “but she doesn’t give a fuck” — ditou tendências, inspirou coleções de moda e, mais de dez anos após sua morte, volta a movimentar o mundinho fashion.
Se Camden fosse uma pessoa, certamente seria Amy: pequeno, mas grande. Uma mistura de muita coisa, atitude punk, aparência retrô e alma moderna. Uma pequena estátua em tamanho real da orgulhosa londoner no centro de Camden é pouco.
Fato é que estamos vivendo uma ascensão de estéticas acabadinhas, ou com muita atitude. É uma vibe lifestyle rockstar e aparência dos fashion shows à la Vivienne Westwood. O heroin chic não nos deixa mentir. Problemática, porém, faz apologia a drogas em seu próprio nome, exalta magreza extrema e é nostálgica de comportamentos ultrapassados para 2024.
Embora personificada em Amy, cujas polêmicas são conhecidas de mais para caberem aqui, a Camden Girl, por sua vez, is all fun and games. Não pede a volta da romantização da rehab, mas afirma: é cool ser quem se quer.
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